Há muitos anos, quase trinta, vesti-me de Pai Natal e fui descoberta como sendo a mãe… Natal!
Traiu-me essencialmente a voz e o sotaque algarvio, o que contribuiu – creio que sem grandes traumas – para acelerar o sentir já latente nas crianças da família que o Pai Natal não vinha da Lapónia nem de trenó pelos céus do mundo.
E talvez por ter participado nesse episódio, transformei-me naturalmente em Mãe Natal, fazendo anualmente a distribuição das prendas, papel que cumpro com “rigor” enfiando na cabeça o barrete do fato usado nesses idos anos oitenta.
Neste Natal, mais uma vez se repetiu esse delicioso e longo ritual, porque na nossa família as prendas são dadas uma a uma e alvo da atenção comum. Damos tempo à abertura de cada uma, à reacção provocada, à apreciação da criatividade posta na sua realização ou à partilha de qualquer história a ela associada. E a uma segue-se outra, numa distribuição equilibrada que vai contemplando todos, tarefa facilitada pelo facto de, no geral, cada um de nós usar o mesmo papel em todas as suas prendas.
Para além do significado simbólico que esta época tem para cada um, é bom sentir o “calor” do ambiente, seja através das decorações, da vela que ilumina o presépio, das luzes da árvore ou ainda da música de fundo que nos envolve; sabe muito bem o estar calmamente à mesa e apreciar os pratos já tradicionais ou as inovações que sempre aparecem todos os anos; é bom o estarmos juntos, as conversas e a partilha sentida, apesar de sermos todos tão diferentes; mas também é muito bom e por todos desejado, o longo ritual da distribuição das prendas pela dinâmica que se cria. Além disso, quem é que não gosta de receber umas prendinhas?
Este ano, esse momento repetiu-se. E mais uma vez, eu fui orgulhosamente a Mãe Natal!
Então papai noel não existe. Ainda bem que temos a mamãe
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O “papai noel” é uma perfeita ficção!
Já as mamães não. São as verdadeiras “distribuidoras” de vida…de afectos…de paciência…e porque não de prendas?
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Porque não? Você (como sempre) tem razão.
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Oi Dulce! Que fofura ser mamãe Noel:) Eu recebi por Whatsapp um texto atribuído à jornalista e escritora Martha Medeiros que explica porque Papai Noel não existe, pois só mesmo uma mulher teria o cuidado, o trabalho e a paciência para exercer esta função. Encontrei o texto nesse link pra poder lhe mostrar:
http://www.releituras.com/mamedeiros_noel.asp
Espero que você goste! Beijo!
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Começo por pedir desculpa por só agora responder…mas esta “mamãe-noel” ficou bastante cansada das tarefas natalícias (apesar de muitas terem sido partilhadas, devo acrescentar!), pelo que decidiu tirar três dias de férias…inclusive do blog!
Por isso só agora li o artigo do link enviado, texto que gostei imenso e concordo, como certamente a maioria das mulheres o faria.
Na verdade somos ágeis, despachadas, multifacetadas e temos muitos braços e abraços para tudo distribuir e abarcar! Somos as perfeitas mamãe Noel!
Muito obrigada pela partilha e pelo cometário!
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Que bom que você gostou, Dulce😊Fico muito feliz🌷🌻Beijinhos😘
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Nunca mais me vou esquecer dessa noite em que descobri que a minha mãe era a mãe Natal e que afinal o Pai Natal não existia… Mas não foi nenhuma desilusão 🙂
Quanto às tradições que escreves, fico muito feliz por fazer parte delas… E que bem que fazes o papel de Mãe Natal… Para mim serás sempre a Minha Mãe Natal ❤
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Eu sei, minha filha. Sei bem quanto valorizas “os detalhes” desta tua mãe Natal! E sinto-me muito feliz por isso!
Bj e aproveita bem este final de 2018!
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bonito, delicado e sensível. na minha infância nunca tive uma mamãe noel, embora com tempo descobrisse que o papai noel era o meu pai, não quebrei então a fantasia. acredito que se fosse minha mãe, concordo com você: distribuiria muita vida e esperança. o meu abraço.
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Eu não tive nem pai nem mãe natal…pois na minha infância era o Menino Jesus que deixava as prendas, durante a noite, junto aos sapatos que ficavam na chaminé. Era lindo!
Difícil foi quando percebi que não era assim…
Entretanto os tempos e o marketing destronaram a figura do Menino Jesus, que apenas passou a ter direito a uma manjedoura no presépio….
Hoje, apenas sei que gosto muito de ser a Mãe Natal da família!
Obrigada pelas palavras e desejo uma boa entrada em 2019!
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