
Se estivesse connosco a minha mãe teria agora noventa e quatro anos. Porém, a sua passagem por esta vida terminou em 1998, faz hoje precisamente vinte e três anos (30 de Novembro).
É raro o dia em que a sua imagem não passa como uma brisa pelo meu pensar, seja por isto… por aquilo …ou por quase nada. Detalhes que a memória guardou, que aparecem nas circunstâncias mais variadas e que eu gosto de sentir como um “olá” que ela me está a dar…
Há muito que essas memórias não são associadas a dor, mas apenas a uma enorme e doce ternura que me habita e que considero o seu principal legado. Da sua personalidade sempre recordo a disponibilidade e a atenção que tinha com todos, a constante actividade e energia “tipo formiguinha”, o cozinhar muito bem, a capacidade de fazer tudo e mais alguma coisa, e ainda o facto de gostar bastante de conversar. Além disso, adorava a natureza e sabia o nome de imensas espécies de plantas e flores.
De vez em quando gosto de ir ao encontro da sua sensibilidade…e das suas mãos. Encontro isso em vários recantos da minha casa, seja através de uma colcha em crochet que me ofereceu, nos lençóis ou toalhas que bordou para o seu enxoval e que hoje são das filhas, nos deliciosos casaquinhos que fez para os meus filhos quando eles nasceram, etc., etc.
Mas há outros detalhes um pouco diferentes que habitam dentro de uma caixa. É o caso de alguns desenhos… rendas de vários tipos…muitas amostras de pontos de tricot com a explicação escrita por si….escritos diversos…poemas…etc, etc.





Ao optar por constituir família e ser “dona de casa”, afastou de certa forma a sua criatividade no sentido mais artístico, uma vez que tinha jeito para o desenho e grande precisão de mão.
Creio que focalizou essa energia e vontade criativa em actividades manuais como o tricot, crochet, bordados ou nas costuras que fazia com grande perfeccionismo. Eram pequenas obras de arte que nasciam do seu dia-a-dia orientadas para a família, aquele círculo que foi decididamente o centro do seu mundo.
Neste dia de memórias… a ternura e a gratidão tudo preenchem! Seja pelo que foi na sua enorme simplicidade, seja pelo que representou nas nossas vidas. E pessoalmente, por tudo o que deixou em mim, especialmente o invisível.
O seu nome era Maria Teresa.
Bela recordação, belo registro em saudosa homenagem à sua mamãe Maria Teresa!
LikeLiked by 1 person
Saído do coração…💙
Muito obrigada.
LikeLike
Que belo texto e que belas memórias… tão bonito ❤ As mãos artistas desta família já vêm de muitas gerações atrás 🙂 Saudades da avó Teté! Gostava tanto que tivesse conhecido o Vasquinho, mas sei que está a 'olhar por dele'.
LikeLiked by 1 person
Ela também teria adorado conhecer fisicamente o Vasquinho mas, como dizes, certamente estará a “olhar” por ele onde quer que esteja. Sabe bem pensar assim…
Obrigada e bjs de mãe!🧡
LikeLike
Um texto tão bonito e ternurento quanto as memórias que o acompanham. Ao longo da vida vamos guardando as nossas memórias em muitas caixas, físicas e não físicas. Quando, volta e meia, por este ou aquele motivo, por lembrar uma ou outra data, as abrimos, invadem-nos a ternura e o conforto das boas lembranças. São sempre momentos de encontro muito queridos, muito especiais. Que lindas memórias da sua mãe, obrigada pela partilha. 🌺
LikeLiked by 1 person
É isso mesmo Antónia, hoje abri duas caixas: uma interior e outra exterior. Creio que fizeram uma doce parceria. E mais, sei que se a minha mãe pudesse ler isto, teria adorado.
Muito obrigada e desejo um bom feriado!🍂
LikeLiked by 1 person
Memórias tão boas, evocação tão bonita…beijinho Dulce
LikeLiked by 1 person
Obrigada Augusta. Ainda bem que apreciaste este post de memórias e ternura.
Bj e bom feriado!
LikeLike
Bonito texto Dulce! Íntimo, sensível e profundo. As mães nunca morrem.
LikeLiked by 2 people
Sem duvida, ficam sempre no quentinho do nosso aconchego… 🤗
Bj e obrigada.
LikeLiked by 1 person
💝
LikeLike
As memórias partilhadas são lindas!
LikeLiked by 1 person
🙏🙂
LikeLiked by 1 person
Viva as memórias e escritos que não nos deixam morrer e nem aos nossos…Terna lembrança!
LikeLiked by 2 people
Muito terna mesmo! Obrigada.
LikeLiked by 1 person
Muito bonito, sentido e muito carinhoso.
Bonitas recordações.
Um abraço Dulce.
LikeLiked by 1 person
Obrigada Fernanda, feliz por estar aqui neste meu sentir!
Outro abraço 🤗
LikeLiked by 1 person
What a lovely remembrance of your mother. And once again we have similar experiences – my mother also did beautiful work with her hands and I too have some examples around my house, like a cross-stitch piece of needlework (a picture of a wild rose). I love seeing your mother’s drawings – they are fascinating! I hope the creative spirit that your mother passed to you keeps going, through your daughter and her children, and on and on.
LikeLiked by 1 person
They are beautiful memories that were associated with his life and for which I have great affection .
Of course I would like the family’s creative genes to have some continuity but…. my son is completely out of those interests and my daughter has enormous sensitivity and aesthetic sense, but the time has not yet come to “explore” that gift. Maybe one day!😉
Thank you.
LikeLiked by 1 person
Puro!
Lindo!
❤
LikeLiked by 1 person
Obrigada!🙏
LikeLiked by 1 person