Antes da ocupação alemã, o Jardim Zoológico de Varsóvia respirava harmonia e revelava um perfeito equilíbrio entre humanos e animais. Era gerido pelo casal Jan e Antonina Zabinska, que reflectiam o afecto que os unia na forma de lidar com todos os que deles dependiam.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, esse espaço foi desmantelado e destruído. O desgosto e a revolta deu ainda mais força a Jan e a Antonina, reorientando todas as suas energias, capacidades e afectos na ajuda ao próximo, apesar de colocarem em risco a sua própria vida. Foram pessoas extraordinárias, cuja acção é mostrada no filme O jardim da Esperança, tradução portuguesa de The Zookeeper’s Wife, com realização da neozelandesa Niki Caro e uma excelente interpretação de Jessica Chastain.
É uma película que nos faz sentir pequenos perante a generosidade e a força de alguns, mas simultaneamente reconfortados, porque nos relembra que existem pessoas excepcionais e acima da média, cuja acção positiva vai tentando contrabalançar a maldade e o absurdo que constitui o lado mais negro da nossa civilização. Reconforta-me saber que neste momento e algures neste planeta, algumas dessas pessoas especiais estarão a agir de forma singular em acções que eu não seria minimamente capaz de realizar porque, neste meu “mundo de conforto”, nada arrisco. Essa é a verdade. Mas admiro profundamente quem tem essa força e a capacidade emocional de enfrentar situações extremas para ajudar quem precisa.
Voltando ao filme, é importante mencionar que é baseado em factos verídicos, a partir de um diário não publicado de Antonina Zabinska e que teve como consultores os descendentes do casal. Essa veracidade permite-nos igualmente vê-lo como mais um documento importante que contribui para aumentar o conhecimento de um período difícil da nossa história, factos que inexplicavelmente alguns tendem a negar e a esquecer.
Estou certa que o apreciarão…e que ele deixará as vossas emoções bem à flor da pele!
Você ao mostrar este filme e muito em especial o seu sentido e significado faz do seu espaço um lugar onde a reflexão se faz presente e com ela novas perspectivas, que não habitam a zona de conforto. Um post muito sensível à vida. O meu abraço.
LikeLike
A zona de conforto existe…porque a de desconforto também nos habita. Esta última é a que faz mexer, por em causa, etc. Por vezes temos que olhá-la de frente e, se for caso disso, de ter a humildade de reconhecer que não temos capacidade de nela “embarcar”. Apenas olhar.
Agradeço muito as suas palavras e presença.
LikeLike