…neste Dia Nacional do Mar!
Este poema é um “mar-divagar” pessoal e nada diz sobre a real importância deste elemento na vida de todos os portugueses. O mar é a nossa história, o nosso percurso e estou certa que será uma parte fundamental do nosso futuro.
Pretende-se apenas que, neste dia, cada um relembre o seu próprio Mar!
Mar,
de longo e infinito olhar
onde é fácil imaginar
aquele lado da vida
que a vida não nos quer dar.
Horizonte de poesia
que me leva a passear,
deixando os pensamentos
profundos
ou em fragmentos,
pelas águas navegar.
Uns mergulham nas ondas
e ficarão sempre a nadar,
outros preferem voar
levados por um véu de água
que se evapora no ar,
e muitos,
felizes e sem mágoa,
diluem-se na branca espuma
que na areia vai descansar.
Tranquilamente,
percorro a beira-mar…
…talvez a procurar
um pensamento
meu,
escondido numa concha,
morando no coração
de um búzio,
ou dormindo na areia
que os meus pés estão a pisar!
(Dulce Delgado, Novembro 2017)
Lindo✨
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Fico feliz por ter gostado! Muito obrigada!
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Inspirado e inspirador este teu lindo poema que me fez olhar para os meus livros e procurar, na estante, títulos em que a palavra mar aparece. Vi por lá “O Silêncio do Mar” de Vercors, “Daqui o Mar” de Jorge Carreira Alves, “Mar e Tudo” de José Francisco Costa e, claro, “A Menina do Mar” e “Histórias da Terra e do Mar” da Sophia.
Sendo açoriano o mar sempre fez parte do meu horizonte e agora, mais do que no horizonte, faz parte de mim. Por isso me associo à tua celebração do dia do mar.
Deste último livro da Sophia deixo-te um trecho de “A Casa do Mar”, que assim diz:
“Pelo gesto de dobrar o pescoço e de sacudir as crinas, as quatro fileiras de ondas, correndo para a praia, lembram fileiras brancas de cavalos que no contínuo avançar contam e medem o seu arfar interior de tempestade. O tombar da rebentação povoa o espaço de exultação e clamor. No subir e descer da vaga, o universo ordena seu tumulto e seu sorriso, e ao longo das areias luzidias, maresias e brumas sobem como um incenso de celebração.
E tudo parece intacto e total como se ali fosse o lugar que preserva em si a força nua do primeiro dia criado.” (Lisboa, Texto Editora, 1992, p.72)
E como este texto é da “Casa do Mar” deixo-te também com uma sugestiva capa do álbum “Home”, do trio de Søren Bebe, uma casa também do mar.
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Que posso eu dizer perante um comentário tão completo como este? Tem sensibilidade, sugestões literárias, música e…muito de ti!
O meu olhar sobre este dia… ficou bem mais completo com a tua música… e o teu mar!
Obrigada pela presença e palavras!
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