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Os grous são aves de grande porte que não gostam do inverno nórdico preferindo deslocar-se para sul e para regiões mais temperadas a fim de passar essa estação do ano. Uma vez que gostam de planícies abertas e um dos seus alimentos preferidos é a bolota, na península ibérica adoptaram uma região específica que abrange Portugal e Espanha para permanecerem entre Novembro e Fevereiro. Gostam de áreas de montado plano e com boa visibilidade, zonas que em Portugal se localizam no interior do Alto e do Baixo Alentejo, sendo a zona de Campo Maior e Moura duas das mais importantes. Não havendo fronteiras para as aves, adoptaram igualmente territórios espanhóis com esse tipo de características.
Estando os grous ainda ausentes do nosso “portfolio” de observação e registo de aves decidimos ir até essa região em sua busca. Foi então com algumas dicas e muita esperança que nos dirigimos para a zona fronteiriça durante três dias, aproveitando o curto período de férias que sempre faço entre o Natal e o Novo Ano.
Vimo-los pela primeira vez na zona que fica entre Amareleja e a fronteira com Espanha. A foto com melhor aproximação que eu consegui é a que inicia este post. Porém, logo no segundo seguinte… ambas as aves voaram!
Mais ou menos longe ou riscando os céus, ainda visualizamos outros grous nesta área.
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O momento maior aconteceu durante o chamado “Percurso dos grous”, um lindíssimo trilho linear de 4,7km (mais 4,7 de regresso) inserido no concelho de Campo Maior (PR2 CMR) e com início na Ermida de Nª Sª da Enxara. As próximas imagens dão apenas uma ideia da beleza desse trajecto, especialmente nesta altura do ano.
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A meio do percurso começamos a ouvir ao longe vocalizações de grous e conseguimos detectar a presença de bastantes em determinada área. De repente, centenas de aves em sucessivos bandos levantaram voo perante o nosso olhar, direccionados essencialmente para Espanha. Como é obvio ficamos encantados com o esse inesperado momento e com a certeza de que aquela belíssima região do interior sul da Peninsula Ibérica é realmente habitada por uma relevante colónia destas aves invernantes.
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Nesta primeira aproximação aos grous percebemos que são aves bastante assustadiças e que não apreciam a presença humana, mesmo que estejamos a alguma distância. Apesar disso e no computo geral, ainda conseguimos boas fotografias, especialmente o meu companheiro, como bem revelam as quatro imagens que se seguem e já publicadas na sua página do Instagram, onde partilha belíssimas fotos.
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A missão de os encontrar foi, pois, bem-sucedida e viemos de alma cheia. E mais, constatamos mais uma vez que o estarmos no meio da natureza ao nosso ritmo, com espírito de aventura e exploração é realmente a “nossa praia”. Na verdade, não precisamos de muito para sentir aqueles momentos especiais a que associamos a felicidade.
A Natureza dá-nos isso, gratuitamente e com toda a beleza e encanto.